sexta-feira, agosto 20, 2010
Da série: Alma em palavras
Quando fui a procurar,
Em cada canto daquele manicomio.
Ela pediu,
Quando fui a procurar,
Naquele obscuro, temível e tão belo sonho
Não sei se vou poder,
Nem com toda minha força de viver,
Satisfazer a doçura da sua cor,
Nas pinturas do amor
E em cada traço lançado ao papel,
Sinto a insuficiência das minhas mãos
De trazer, de alguma forma,
A mais singela semelhança
Daquele momento
Um só momento
Seu olho e meu olho
Sua emoção e minha emoção
Nosso sofrimento
Teu adeus
O carro partiu contigo.
segunda-feira, agosto 16, 2010
Imargens amorosas
terça-feira, abril 27, 2010
sábado, abril 17, 2010
AS-pirações
Luta ardente e louca,
E cada golfada que sobe na bouca
Tu aspiras outro remendo
Para meu coração em sofrimento
Felicidades tais, não tão humanas,
Maravilhas da hybris prometéica
Que ousamos um momento adotar
Lua Negra
Lua Azul
Deuses caem sobre os mortais
Que aspiram superar coisas tais
Pois que,
Tais coisas,
Deixariam os deuses a ver navios
Mais humanos que os homens
Insuflado pela alma louca,
Projetei-me além da felicidade pouca
E o preço tamanho senti
Quando Afrodite emergiu
Bem aqui
Do peito o sofrimento
Quebrada a ilusão do assentamento
Já que tudo, em fantasia
Iria focar-se
Na mais perfeita harmonia
Mas, dizem então,
Afogados pelo afeto
Que isso é cristão demais
Para o mundo de hoje em dia..
Me resta a solidão
De não pertencer a nenhum dos universosdomingo, abril 11, 2010
Psicopompica naturalis
A iminência da ausência do tempo emergiu de um trovão almático que sussurrou a berros brandos o que tivera de existir: ritos proféticos aliciando a realidade para cumprir teus intentos. Porventura, demasiadamente senil, cactos não-naturais de mentes degenerescentes inibiram o canto de racionalidade torta e o fizeram o brotar de forma torta.
Tortura doravante existência, que murmura a situação cardilosa. Foi através de substâncias não autorizadas pela ANVISA que o jovem depassou o portal dos tempos. Quem diria ele? Cardilosamente persistia, num túnel tal, vermelho amarelado, e surfando em ventos calorosos. Sentidos cruzavam como informações verbais daquela máquina almática.
Certo que certorosos trovões de existência, outrora, duvidosa, agora faziam emergir saraivadas de caos osmótico e vomitezes sacro-e-santas, para usar o dialeto verbal.
Por pura magnifisciência, o douto jugo da experiência fizeste em pranto, aquele que outrora duvidara do algiz do que brotava!
E a ponte des-fez Verbo para torna-se Vida.
domingo, março 21, 2010
Santimento
Devaneio sempre e tanto,
Infame que sou,
Em qualquer canto,
Que só a Razão,
Filha de Apolo e Atená,
Me faria parar de delirar.
Espero que, mesmo que em espanto,
Seja sapiente em seu pranto
Para me abraçar ao me ver chorar
Pois que o Sentido, seja o que for,
É mais único do que poderíamos imaginar.
E nem a morte, nem o sexo,
Um dia irão o determinar.
Aqui-agora, Ali-Adiante,
O-que-passou...
O que me importa o que o sábio falou?
Sou mais eu não sendo quem sou.
... são tantas palavras e tantos gestos,
São tantos gritos e tantos murmúrios,
São tantas gentes, são tantos corpos...
O som, o cheiro, o calor,
A voz, o tempero, o sabor..
O amor,
Pra mim mais forte que qualquer intelectualidade,
Travestida em seu rubor.
segunda-feira, março 15, 2010
Equilibrista
Cair num abismo e ninguem segurar tua mão
Cada equina um demonio
Não muito razoável,
Não escolher seu destino,
E cair num desavario..
Pedras rolando,
Açoite do medo
Quem se é,
Quando se perde o poder,
Para um Outro
Que só se vê a sombra?