Abro levemente a porta d´arte,
Que grunhe ao unir-se ao chão
Sujo, empoeirado e sosso;
Vagarosamente,
Abro a porta darte
Rasgando a superfície inferior do cômodo.
Os olhos:
Cruzam,
Trocam carícias
E vislumbrem:
Palavras.
Palavras escritas outrora,
De poesias, de versos, de paixões
Esquecidas no canto, no dejeto,
De academias apolíneas em plantão.
A estupidez toma o cérebro,
Até o desenrolar fatídico
Nem o acanhado cerebelo é poupado,
Tornando o corpo (in)grato,
Tonto e, como que, desequilibrado
Pathos, sem élan,
Sem cometer o crime
De entortar o sophro-syne
Do desgoverno do hemisfério esquerdo,
Constrói-se em ferro e concreto,
Um estandarte mítico,
Face sobre a face,
Camada sobre camada.
E, de tanta luz revelada,
Só expressa o vazio...
... e a cegueira.
A razão que entorpece,
A imaginação fuzilada.